Como parar de fugir dos problemas nas suas relações?
É provável que você já tenha se perguntado isso, principalmente se você se afastou de pessoas importantes, ou se você engole sapos para manter alguns relacionamentos na sua vida.
Um primeiro passo para parar de fugir dos problemas nas relações é reconhecer que ao fugir, muitas vezes queremos nos proteger.
Eu costumava fugir para me proteger. Agora,com a prática da Comunicação Não-Violenta, tenho outras estratégias para cuidar de mim nas relações e parar de fugir dos problemas, e vou compartilhá-las com você neste texto.
1. Escolher suas batalhas
Parar de fugir dos problemas nas relações passa por compreender o que é de fato um problema. Nem tudo vale uma conversa ou é necessário ser discutido. A Comunicação Não-Violenta nos convida a, primeiro, reconhecer o que é mais importante naquela situação ou relação, o que mais queremos preservar. E, algumas vezes, conversar ou discutir sobre aquilo não vai ser o melhor caminho para ter isso que nos importa.
Então, lembre-se de escolher o que precisa falar, que vai cuidar do que te importa ali, das suas necessidades humanas universais. É importante também escolher quando falar, qual o momento mais apropriado para ter uma conversa.
Esses dois passos vão te ajudar a escolher as batalhas que valem ser encaradas, parar de fugir dos problemas reais e soltar aquilo que não tem tanta importância para você e para o seu relacionamento com uma pessoa da sua vida pessoal ou profissional.
2. Decidir por melhores relacionamentos
Aprender que para parar de fugir dos problemas é preciso reconhecer um histórico de escolher relacionamentos desbalanceados e com pouca segurança emocional, profundidade e honestidade é um grande salto. Escolher por esses relacionamentos que nos deixam inseguros é uma forma de fuga.
Um caminho para reconhecer esses relacionamentos é se perguntar: Este relacionamento espelha a relação que quero ter comigo mesma? Eu encontro nele formas de cuidar das minhas necessidades humanas?
E, percebendo que estamos em relações que não cuidam do que mais nos importa, podemos encontrar formas cuidadosas na prática da Comunicação Não-Violenta para encerrar ciclos, conscientes dos impactos das nossas ações na outra pessoa.
3. Comunicar limites de forma precisa e concisa
Um passo importante para parar de fugir dos problemas nas relações é comunicar seus limites, ou seja, deixar explícito o que são coisas que você está disposto a fazer ou não, até onde pode ir e o que são aspectos não negociáveis para você no relacionamento.
Comunicar limites pode ser um desafio porque, ao longo da vida, aprendemos a concordar por educação para ter harmonia nas relações. A consequência desse hábito é passar por cima das nossas necessidades, o que pode levar a dores, ressentimentos e a fugir dos problemas por não ser capaz de declarar o que quer ou não.
É possível comunicar limites de forma precisa e concisa, sem precisar usar muitas palavras ou explicar em detalhes. Utilizar os elementos da Comunicação Não-Violenta contribui muito para isso: foque nos fatos, conte da sua experiência, daquilo que você sente e precisa e faça pedidos específicos para cuidar dos seus limites.
4. Normalizar o desconforto e encontrar maneiras de se acalmar
Experiências desafiadoras vão despertar sentimentos, e saber disso é essencial para parar de fugir dos problemas. Nem sempre conseguimos entrar nas situações sem medo, ansiedade ou hesitação. Esses sentimentos são normais, são parte da nossa experiência humana e estão ali como mensageiros das nossas necessidades. Ou seja, estão nos contando de que tem algo que nos importa muito e que queremos preservar naquela situação.
Quando paramos de fugir dos problemas, passamos a ter mais conversas difíceis e necessárias. Depois de passar por essas conversas desafiadoras, o autocuidado é importante. Acolha os seus sentimentos e escute a mensagem que têm para você.
5. Abordar conflitos como uma forma de crescer
Mudar a forma como vemos conflitos é um caminho para parar de fugir dos problemas. Conflitos não são necessariamente ruins, são oportunidades para conhecer mais sobre o mundo interno do outro, contar da nossa experiência e encontrar novas formas de estar na relação.
Ver conflitos como uma forma de crescer e amadurecer no relacionamento apoia a encontrar maneiras saudáveis de expressar o que nos importa. E também ajuda a escolher de forma consciente a intenção desde a qual queremos lidar com o conflito quando ele emerge.
Ter a CNV como âncora para estar nos conflitos nos ajuda a voltar para a intenção de conexão genuína, ou seja, a intenção de compreender o que é importante para o outro e de ser compreendido, em vez de ganhar, convencer ou controlar.
6. Notar quanto está ruminando pensamentos
Quando queremos parar de fugir dos problemas, fica só na cabeça, revisitando o que aconteceu ou deixou de acontecer não vai ajudar.
Dar a si mesmo tempo para encontrar respostas é importante. E um caminho para isso é separar o que de fato aconteceu das histórias que nos contamos sobre o que aconteceu. Na Comunicação Não-Violenta, esse é o componente das observações, onde separamos o que foi feito ou dito das nossas interpretações. Nossos julgamentos, análises e críticas não são uma descrição da realidade, e sim uma expressão de que algo que nos importa não está atendido no momento. Quando conseguimos fazer essa separação entre o que é fato e o que são histórias que nos contamos sobre o fato, conseguimos acessar nossas emoções e necessidades, aprender o que é necessário e seguir em frente para olhar para o problema e cuidar do precisa ser cuidado, sem fugir.
7. Ter compaixão por si quando não fala as coisas “da forma certa”
Mudar antigos padrões de comportamento leva tempo. Vez ou outra ainda iremos fugir dos problemas. Olhar com compaixão para essas repetições de padrão nos permite reconhecer o que deixamos de cuidar quando fugimos ou falamos de forma que não gera conexão nas relações.
A autocompaixão nos convida a reconhecer os impactos das nossas ações, nos responsabilizar e tentar novamente, de maneira mais consciente e conectada ao que nos importa.
A prática da Comunicação Não-Violenta é um caminho para encontrar formas saudáveis de cuidar das nossas relações, em vez de fugir dos problemas que naturalmente aparecem em todas elas.
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