Como responder a um comportamento passivo-agressivo no trabalho?

Já passou por isso? Você faz um pedido a um colega e recebe uma resposta que, no tom, carrega uma mensagem diferente do que as palavras dizem.

"Tá, eu faço." – seguido de um suspiro profundo e um virar de olhos.

E quando você pergunta se está tudo bem, a resposta vem curta e seca:

"Aham."

Esse ou outros tipos de comportamentos passivo-agressivas (evasão, "gelo", promessas sem mudanças, indiretas, etc) podem gerar muito desconforto e confusão. Diante dessas situações, as reações mais comuns são:

1️⃣ Ficar em silêncio e internalizar a situação, se questionando: “Será que fiz algo errado?”

2️⃣ Confrontar diretamente, cobrando um posicionamento: “Se não está tudo bem, me fala!”

O problema? Nenhuma dessas abordagens fortalece a relação ou nos aproxima de resultados melhores.

No ambiente de trabalho, comportamentos passivo-agressivos geram ruídos, desalinhamento e distanciamento entre colegas. Para evitar que isso afete a colaboração e o clima organizacional, é fundamental desenvolver habilidades relacionais e praticar uma comunicação mais consciente.

Como responder de maneira estratégica a um comportamento passivo-agressivo?

Em vez de reagir automaticamente, crie um espaço seguro para o diálogo. Uma alternativa eficaz é responder algo como:

"Estou ouvindo você dizer que está tudo bem, mas sua expressão me passa que talvez exista algum incômodo por aí. Se quiser conversar, estou por aqui. Quero cuidar disso e que estejamos bem."

Essa abordagem traz três benefícios:

1. Reconhece que há um desalinhamento entre o que a pessoa diz e como ela se expressa.

2. Cria um ambiente seguro para o diálogo, sem forçar um confronto imediato.

3. Evita mal-entendidos e promove uma comunicação mais autêntica e produtiva.

Recentemente, vivi essa experiência na pele e, com essa resposta, a conversa tomou um rumo inesperadamente positivo. Minha colega compartilhou que estava sobrecarregada e que sua resposta foi um reflexo do acúmulo de demandas associada ao momento em que estávamos. Ela agradeceu minha abertura, sentiu pela forma como respondeu e me trouxe alternativas para seguirmos de outra maneira. A conversa fortaleceu nossa relação e facilitou muito nossos próximos dias.

O que é necessário para lidar com comportamentos passivo-agressivo no ambiente corporativo?

Comportamentos passivo-agressivos podem minar a confiança, prejudicar a colaboração e impactar a produtividade. Porém, as habilidades que precisamos para lidar com tal tipo de reação não são técnicas, são relacionais. Tenho visto pouquíssimo tempo investido em práticas para desenvolvimento dessas habilidades em nossos ambientes de trabalho.

Marshall Rosenberg, criador da Comunicação Não Violenta (CNV), nos lembra do que já é óbvio para muitos, mas pouco navegado para a maioria:

"Conflitos são grandes oportunidades."

Desenvolver uma comunicação mais consciente e construir relações mais saudáveis exige treino e prática. Muitas vezes, basta uma abordagem diferente para transformar uma tensão em um momento de conexão e crescimento.

E você? Como lida com respostas passivo-agressivas no ambiente profissional? Vamos conversar nos comentários!

Autora: Liliane Sant'Anna - Mentora, Facilitadora e Palestrante em Comunicação Consciente (CNV)

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