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Comunicação Não Violenta: “Eu não consigo falar assim!”

  • Foto do escritor: Equipe ICNVB
    Equipe ICNVB
  • 26 de mar.
  • 4 min de leitura



“Eu não consigo falar assim!” Essa foi a reação espontânea de uma amiga, ao ouvir um exemplo de Comunicação Não Violenta durante uma conversa.


Talvez você também já tenha pensado isso: “Muito legal essa coisa de CNV... mas eu nunca vou conseguir falar desse jeito.”


E queremos te dizer: Nós te entendemos.


Comunicação Não Violenta é uma prática, não uma fórmula


Nessa conversa entre amigas, uma das nossas treinadoras estava comentando o famoso livro do Marshall Rosenberg — sim, aquele da capa laranja. Ela contava como a prática da CNV não é apenas sobre falar de uma forma específica, e trouxe um exemplo de como seria uma fala na estrutura dos quatro componentes da CNV:

🗣️ “Quando você deixa suas coisas espalhadas, eu fico frustrada e impaciente, porque cuidado com a nossa casa e apoio são importantes para mim. Você pode, ao final do dia, reservar um tempo para organizar suas coisas antes de ir dormir?”

Foi nesse momento, que a amiga falou: “Eu não consigo falar assim!”

A resposta da treinadora? “E tá tudo bem.”

(Todas riram.)

Essa troca resume um dos maiores equívocos sobre a Comunicação Não Violenta: A CNV não é sobre um jeito certo de falar.


Comunicação Consciente não é uma fala robótica


A prática da CNV não é decorar frases. Não é seguir um roteiro fixo de “observações-sentimentos-necessidades-pedidos”.


É sobre compreender a intenção que você tem na conversa, trazer consciência para a sua experiência e, assim, usar suas palavras de forma que aproxima, em vez de afastar.


Quando estamos no piloto automático, costumamos reagir no modo ataque ou defesa. Julgamos, criticamos, acusamos ou nos calamos. A prática da Comunicação Não Violenta ajuda a sair desse padrão, abrindo espaço para a conexão — mesmo em conversas difíceis.


Para aprofundar sua compreensão sobre o que é e como praticar a CNV, confira nosso artigo: Comunicação Não-Violenta (CNV): O que é e como praticar.


Comunicação Não Violenta na prática é como aprender a dirigir


Lembra da primeira vez que você tentou dirigir?

Você precisava prestar atenção em tudo: embreagem, marcha, espelho, sinal. No início é desconfortável e pede por muito esforço. Com o tempo, se torna uma habilidade incorporada, você consegue dirigir sem precisar gastar muita energia pensando sobre o que fazer na sequência.


Com a prática da Comunicação Não Violenta, acontece algo semelhante. No começo, parece que estamos forçando uma nova linguagem: precisamos prestar atenção no que como falamos, em como falamos, e nos esforçar para superar os hábitos que levam a desentendimentos e brigas.


Com a prática, descobrimos que a CNV é menos sobre as palavras específicas que usamos. É sobre estar mais presente, mais conectado com o que importa — e com quem importa.


Por que mudar a forma de conversar é tão desafiador?


Vivemos em uma cultura onde as conversas são guiadas por:

  • Quem está certo e quem está errado

  • De quem é a culpa

  • O que o outro deveria ter feito


Conversar para se entender ainda é ir contra a maré. Mas isso não significa que seja impossível.

A CNV nos oferece ferramentas para lidar com:

  • conflitos que se repetem,

  • julgamentos que doem,

  • e silêncios que afastam.


Ela convida a assumir responsabilidade sem se culpar. A falar de si sem atacar o outro. A construir pontes, mesmo quando tudo parece dividido.



Comunicação Não Violenta é mais sobre presença do que palavras certas


A nossa comunicação começa antes mesmo de qualquer palavra sair da nossa boca. Então, se usamos as "palavras certas" mas no fundo o que queremos é convencer, manipular, mostrar que temos razão ou até punir a outra pessoa, não estamos praticando a Comunicação Não Violenta. Sim, as palavras que usamos têm impacto. Escolher palavras que aumentem as chances de que haja abertura e compreensão na conversa, em vez de resistência e distanciamento, faz diferença. Mas a chave da conexão está em falar com honestidade e autorresponsabildiade e escutar com curiosidade generosa. E, para isso, é preciso presença.


Então, antes de ir para a sua próxima conversa, se pergunta:

  • Qual é a minha intenção nessa conversa?

  • Eu quero falar e escutar para ter compreensão, ou eu quero ganhar uma discussão?

  • Do que eu realmente quero cuidar aqui?


Fazer essas perguntas ajudam a quebrar o padrão de conversas de ataque e defesa e a abrir espaço para conexão genuína. Esse já é um começo poderoso.


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✅ aplicar a CNV na vida pessoal, profissional e como facilitador(a) ou multiplicador(a).


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E você?


Já sentiu que “não consegue falar assim”? Deixe um comentário e compartilhe essa reflexão com quem também acha que precisa falar bonito pra se comunicar com consciência.


🧡 Porque no fundo, todo mundo quer a mesma coisa: ser visto, escutado e compreendido.



 
 
 

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